domingo, 9 de dezembro de 2012

CAPÍTULO 1: Como Tudo Começou



     Mundo Digital. Um universo muito complexo criado a partir do advento da informática. Por ser provindo da rede de computadores que atravessa fronteiras abrangendo todo o planeta Terra, sua aparência é muito parecida com a mesma.

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     Era uma manhã com poucas nuvens, apesar do sol forte o clima estava fresco e agradável. A luz solar refletia nas janelas dos edifícios como espelhos d’água, e automóveis lotavam a avenida principal. Eram por volta das sete horas e meia, Yokohama seguia movimentada pelo horário de pico e milhares de pessoas iam seguindo para seus destinos.

     Em um dos carros, um jovem adulto de vida agitada ia ao trabalho. Este devia ter uns 25 anos, porém aparentava ter um pouco mais devido ao estresse excessivo causado por uma vida dura de muito trabalho e estudo. Seus olhos castanhos estavam semicerrados, tanto pela olheira de uma noite mal dormida quanto pela sua expressão de nervosismo e inquietação, seguido pelos seus óculos mal colocados no rosto. Seu cabelo roxo era curto, e possuía um topete arrepiado, concordando com sua expressão.


     - Ótimo! – falava para si mesmo em um tom sarcástico – começar o dia logo com um engarrafamento... Justo hoje que acordei atrasado! – maldizia enquanto ajeitava a gravata e a gola de sua blusa social branca, a qual estava amassada e ao peito possuía um crachá de identificação com o nome “Takahashi Akira” ao lado da foto de seu rosto que ironicamente estava feliz, tanto que nem parecia a mesma pessoa.

     - Vamos, vamos, vamos! – dizia baixo entre os dentes, seguido do último gole de seu café.

    Enfim chegou ao cruzamento com a rua em que se destinava e virou a esquina.

     - Até que enfim uma rua vazia! – comemorou ele, enquanto acelerava o carro.

     - Droga! Estou 10 minutos atrasado! – disse olhando para o relógio de pulso, ignorando o do painel do carro, que era adiantado 1 minuto, assim se sentia menos atrasado.

     - Enfim, já estou na reta final!

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     Mundo Digital. Era uma manhã com poucas nuvens, apesar do sol forte o clima estava fresco e agradável. A luz solar refletia na grama um verde vivo e não havia ninguém nas redondezas, pois o único barulho era do dançar das folhas na brisa do vale.

     Tudo parecia calmo, até que o silêncio foi quebrado por dois roncos contínuos próximos dali. Duas criaturas se encaravam, uma rosnava, a outra emitia um som de motor. 


     Encontravam-se estáticos, até que um, em um movimento brusco arranca em disparada. Não parecia fugir, mas sim indo à busca de algo. A outra criatura o perseguia latindo. “Não! Não posso deixá-lo ir!”, pensava.

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     No mundo real, Akira já estava perto de seu local de trabalho, quando um cachorro começa a perseguir o carro latindo sem parar.

     - De novo esse cachorro? O que ele quer? Não se cansa de me seguir nessa rua todos os dias? – dizia olhando para o retrovisor.

     Logo chegou a um grande prédio que tomava todo o quarteirão. Nele havia um grande painel com o mesmo logotipo de seu crachá, representado pelo planeta Terra sobreposto a uma teia de aranha e ao lado estava escrito “Spider Webers”, que era uma empresa provedora de internet. Em seu topo havia uma enorme antena. 
Então entrou no estacionamento, assim sendo, a cancela se abaixou, interrompendo o cão que o perseguia que ficou rosnando na calçada. 

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     No mundo digital a perseguição continuava.
     - Smoke Bomb! – disse o ser que estava sendo seguido, quando lançava uma esfera de energia roxa quase negra que explodiu em cheio no indivíduo que o seguia, não conseguindo desviar, sendo encoberto por uma nuvem de gás da mesma cor.

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     O estacionamento era subterrâneo, e exclusivo para funcionários. Akira rapidamente estaciona em sua vaga e corre em disparada para uma porta perto dali.

     Passando por ela, Akira encontra seu chefe, que estava o aguardando pessoalmente, de braços cruzados e com uma expressão nada agradável. Este tinha uma estatura baixa, parecia já ter seus 50 anos, já apresentava visível calvície, e tinha cabelo e bigode grisalho. 


     Sem demora, o jovem se pronunciou: 

     - Me desculpe o atraso, senhor Honda, não acontecerá de novo! – disse Akira, desconcertado.

     - Foi a mesma coisa que disse nos três últimos atrasos! Se acontecer de novo, será despedido! – Disse o chefe com um tom autoritário.

     - S-Sim, senhor! – gaguejou o jovem, indo para o elevador. Enquanto olhava para o marcador dos andares se movendo, pensava: “Que dia! Não sei o que será da minha vida se eu perder esse emprego... o que mais falta me acontecer?”.

     Já no 8º andar, dirigiu-se para sua sala. Era uma sala bem arejada de paredes e piso cobertos de azulejos brancos totalmente limpos, uma das paredes era composta praticamente apenas por janelas, porém a vista não era das melhores, visto que dava de frente com outro prédio. Sua profissão era programador, então tinha uma estante cheia de livros de linguagens de programação que tomava quase uma parede inteira. Em seu centro possuía uma enorme mesa de escritório com um microcomputador de última geração.

     Chegando ali, logo iniciou sua máquina, porém ela não ligou do modo esperado. 

     - Ah... Droga! Já me basta o atraso e agora a máquina quebra! – maldizia Akira, irado.

     Nisso, um alto som de computador em funcionamento intenso se ouvia, como se o cooler estivesse girando em sua capacidade máxima. Começaram a aparecer inscrições em código binário na tela do computador. 


     Iam aparecendo cada vez mais e mais, pareciam saltar da tela, como se fossem “3-D”. Akira se dirigiu para o lado de seu computador e percebeu que as inscrições estavam saltando para fora da tela mesmo. 

     Nisso ia se materializando uma imagem holográfica redonda de um metro e meio de diâmetro, ficando cada vez mais nítida e emitindo uma luz branca cada vez mais intensa.


     O clarão finalmente se estabilizou, revelando um portal. Sua borda era verde escura e nele havia inscrições em código binário douradas e irradiantes. Dentro dele havia um campo coberto de grama e com três ou quatro árvores ao fundo.

     Akira olhou fixamente para o portal sem entender nada. Ao fundo foi surgindo um ronco de motor que foi ficando cada vez mais alto. Uma figura ia surgindo no horizonte, que se aproximou aterrorizadamente rápido, até se chocar no portal, jogando Akira com toda força na parede, sem nem sequer ter tocado nele. Em questão de segundos aquela misteriosa criatura saltou e quebrou a janela. Akira se levanta e vai até ela, mas não havia nenhum rastro sequer do monstro, o qual não deu para visualizar direito, pois estava coberto por uma aura negra e roxa, seja o que for aquilo, nem caminhava nem rastejava, e, mesmo sem se lembrar direito, nunca mais esqueceria aqueles olhos vermelhos e brilhantes como rubis.


     - Mas o que foi isso?! – Dizia paralisado, suando frio – Droga! “Aquilo” quebrou a janela!
Voltou-se para o portal e o observou por alguns segundos. No horizonte aparece outra criatura correndo em sua direção. 

     - Outro? – já ia se virar para sair da frente, mas o monstro foi mais rápido e se lançou para cima dele, fazendo-o cair no chão.

     A criatura rosnava, e dizia segurando Akira pela blusa – Cadê ele? Cadê ele?!

     - Aquele bicho envolto a uma aura negra? – perguntou o jovem ainda assustado.

     - Sim! Cadê?! – disse a criatura olhando freneticamente para os lados.

     - Ele pulou a janela e sumiu – respondeu Akira.

     O monstro correu para a janela e olhou para os lados e não havia nada. Ele colocou sua pata no rosto e respirou fundo durante uns segundos e disse:

     - Esquece! Depois dou um jeito nele. Primeiro tenho que encontrar as crianças escolhidas.

     Akira, ainda no chão, levantou a mão e chamando a atenção do monstro disse:

     Hei, hei! Você pode me explicar o que está acontecendo aqui?! – dizia já nervoso e sem paciência.

     Nisso, aquela criatura parecida com um cão se aproximou do homem e os dois se observaram por alguns segundos, um parecia estranhar o outro.



~~ Le Continue... ~~

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